A otite média aguda é uma infecção da orelha média extremamente comum em crianças. Dois em cada três bebês terão um episódio de otite no primeiro ano de vida, pois o principal pico de incidência dessa doença ocorre entre seis e onze meses.
Isso se dá, porque, nos bebês e nas crianças, a tuba auditiva — um pequeno canal que conecta a orelha média à parte posterior do nariz — é menor e mais horizontal, favorecendo a colonização da orelha média por microrganismos causadores de doenças.
Os sintomas mais frequentes da otite média são febre, irritação, diminuição da aceitação dos alimentos e das mamadas.
Além da faixa etária, os principais fatores de risco que levam às otites médias são os resfriados, frequência a creches e escolas, exposição à fumaça de cigarro e uso inadequado de mamadeiras.
O aleitamento materno é comprovadamente um fator protetor. A proteção conferida é tanto maior quanto maior o tempo de aleitamento.
Crianças que apresentam três ou mais episódios de otite média em seis meses ou quatro ou mais episódios no período de um ano precisam de investigação e tratamento especializado.
As otites recorrentes em bebês ou crianças levam a períodos de diminuição de audição, o que pode prejudicar o desenvolvimento da comunicação e linguagem.
É importante avaliar as crianças também nos períodos em que não estão clinicamente doentes, pois é frequente permanecer catarro na orelha média mesmo sem sinais clínicos de otite. Tais otites “silenciosas” podem repercutir tanto na aquisição e desenvolvimento da fala quanto na alfabetização, resultando em sofrimento para a criança e para a família.