Em pesquisa publicada no periódico científico “Nature Communications”, cientistas do Instituto Del Monte para Neurociências da Universidade de Rochester demonstraram que é possível decodificar informações no cérebro humano relacionadas ao nosso dia a dia e identificar “impressões digitais” exclusivas de como cada pessoa recorda uma experiência.

No estudo, os pesquisadores pediram que 26 participantes recordassem cenas comuns tais como dirigir, comparecer a um casamento ou comer num restaurante. Os cenários foram vagos o suficiente para que cada participante os reimaginasse à sua maneira. As descrições verbais dos voluntários foram mapeadas de acordo com um modelo linguístico computacional que cria representações numéricas do contexto da descrição.

Depois, todos foram submetidos à Ressonância Magnética Nuclear Funcional e solicitados a reimaginar a experiência. O exame identificou quais áreas do cérebro foram ativadas.

Com esses dados e as descrições verbais, os cientistas puderam isolar os padrões de atividade cerebral associados às experiências de cada indivíduo. Desta forma, identificaram áreas do cérebro que serviam como eixos no processamento das redes cerebrais envolvidas na recordação de objetos, pessoas, lugares, emoções e sensações. Em cada indivíduo, os padrões de ativação foram distintos.

Os autores do estudo acreditam que tais achados podem levar a novas maneiras de diagnosticar, estudar e tratar transtornos associados a déficits de memória como demência, esquizofrenia e depressão.

Mais informações em: https://www.urmc.rochester.edu/news/story/memories-create-fingerprints-that-reveal-how-the-brain-is-organized

O artigo científico pode ser encontrado em: https://www.nature.com/articles/s41467-020-19630-y

João Paulo L. B. Martins
Psiquiatra e Psicanalista