Trata-se de uma síndrome dolorosa na região ínguino-púbica que foi descrita por Edwin Beer em 1924 como consequência de cirurgias urológicas, mas só teve sua relação com o esporte estabelecida em 1956 pelos ortopedistas Leon L. Wiltse e Charles H. Franz.

Decorre de movimentos repetitivos como o chute e deslocamentos laterais. São movimentos que levam a um desequilíbrio da musculatura abdominal (músculo reto abdominal) e musculatura interna das coxas direita e esquerda (músculos adutores). Isso gera uma sobrecarga que resulta em lesões na articulação da sínfise púbica.

Por ordem de prevalência os três esportes de maior incidência desta patologia são o futebol, a corrida e o tênis.

O início é insidioso com uma dor leve na virilha após a atividade física. Ao progredir, ela se torna moderada e também atinge parede abdominal (barriga). Com a piora do desequilíbrio muscular e avanço das lesões na sínfise púbica, passa a ser intensa. Nesta fase, já se irradia para a região escrotal e o períneo. Por fim, está presente na mudança de decúbito quando deitado e na prática sexual.

O tratamento inicial consiste na parada da atividade física, prescrição de analgésicos e anti-inflamatórios e tratamento fisioterápico por 90 a 120 dias. Em caso de evolução não satisfatória ou recorrência do quadro clínico, o tratamento cirúrgico está indicado.

Claudio Lepéra
Ortopedista